Apesar de este filme se chamar “Shade”, acho que se devia chamar “Who’s The Duck?”, ou seja, quem é o pato? Um bom con movie com uns plot twists bem interessantes. E Poker? Tem bastante mas não é Hold’em.

Charlie e Tiffany são dois “con artists” com uma vida cheia de pequenos golpes mas que, com algum orgulho no que fazem, procuram aquele “trabalho” que lhes irá dar fama e fortuna. Para isso precisam da ajuda de Vernon, um pequeno génio na arte de mexer nas cartas, um mágico ou, como chamam no filme, um bom mecânico.
Desenvolvem um pequeno golpe que lhes traz $80.000 de lucro. Tudo muito bom, mas este dinheiro pertence a um chefe da máfia. Pressionados pelos mafiosos, vêm-se na necessidade de arranjar um golpe maior, que os irá livrar da dívida e arruinar de vez com a reputação do maior mecânico de sempre, The Decano. Este último é uma lenda viva, uma figura que parece sair do meio do nevoeiro, um ganhador, um perito, um mito…

Com muito treino, perícia, jogo de cintura e algumas mentiras, chegam ao desejado high stakes game com The Decano; o que não esperavam era que este fosse organizado pelo mesmo chefe da máfia a quem devem dinheiro… E quem ganha? Vernon ou The Decano?

Com Gabriel Byrne e Thandie Newton como Charlie e Tiffany, este duo desempenha as suas funções primárias com alguma classe, acima da média, mas sem que sejam umas personagens fora de série. Fica-se pelo carisma de Byrne e pelos vestidos de Newton… Vernon, interpretado por Stuart Towsend é a primeira surpresa do filme. Misterioso, calmo e enigmático, apresenta-nos uma personagem com quem simpatizamos. Dentro dos possíveis, o bom da fita… Dean “The Dean” Stevens é interpretado pelo experiente Sylvester Stallone. Uma figura curiosa e a segunda surpresa do filme. Uma prestação discreta e marcante. Dá para perceber a figura superior que é e Stallone fá-lo com a cabeça e não com os músculos, ao contráriodo que é habitual. Melanie Griffith é a namorada de The Dean, zero comentários…

Nada de muito elaborado mas que é capaz de chamar a atenção. Apesar de considerar que o guião é sólido, julgo que a realização o compromete. Damian Nieman é um entusiasta de truques com cartas e arriscou fazer este filme. As mãos dele são as mãos que cobrem o genérico com truques de cartas. Acho que falhou em vários sentidos. No lado artístico, tentou fazer algo que não sabia, pois Shade foi o 1º e último filme que realizou. Planos pouco conseguidos, erros de racord, personagens mal exploradas, etc…

É um bom filme para ser ver uma vez. Vê-se alguns bons truques, aprendemos umas coisas e ainda dá para ver um desempenho suficientemente bom de dois actores. Tirando isto, há Poker que chegue lá no meio.

Na próximo semanan, mais um Poker Movie.

Stay tuned.

Trailer: