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Nesta quarta-feira, os portugueses e melhores amigos, João do Carmo e Hugo Batista, inauguraram o primeiro clube de pôquer legalizado de Joinville. A casa, que fica no Centro da cidade, pretende extinguir o preconceito contra os esportes da mente para cada vez mais gerar jovens adeptos à modalidade no Brasil.

A BG Poker, assim como a sede original em Aveiro, distrito de Portugal, tem como objetivo criar uma comunidade, que abrange várias especialidades relacionadas ao pôquer.

Atualmente, vinculada a marca da BG (Build a Grinder), existem três marcas, explica João. A BG BETS, que auxilia clientes à obterem lucro garantido em sites de apostas esportivas, a BG School, que ensina o cliente à jogar pôquer, e o BG Club, para se tornar membro do clube. Esta é a opção mais indicada para quem deseja possuir privilégios, como participar do clube do Whisky, ter direito a estacionamento privativo, lugar reservado para os torneios, entre outras comodidades. No futuro, o empreendedor João, de 28 anos, pretende criar a BG Clothes, que disponibilizará roupas da marca, e a BG Delivery, voltada ao ramo da alimentação em Joinville.

Você deve estar se perguntando o por quê disso tudo, e principalmente, o que faz Joinville um polo do pôquer. O empresário português explica que em função da crise e da falta de expectativa de melhora resolveu abandonar a Europa. Um amigo joinvilense foi quem o fez acreditar no potencial de mercado da cidade para a prática do esporte.

— Conheci o Vinícios jogando Texas Hold’em pela internet. Sempre confiei muito nele. Ele me ajudava a divulgar a escola de pôquer que eu tinha em Portugal, fazendo o marketing para sites brasileiros, em fóruns das partidas, e nunca me cobrou um único tostão. Aos poucos ele me apresentou a outros profissionais brasileiros e me incentivou à montar o negócio. Na época eu estava no Rio de Janeiro, para ganhar experiência no mercado brasileiro, depois me instalei aqui, em Joinville, já com o projeto definido —explicou Do Carmo.

Não é blefe. Para quem não sabe, o Ministério do Esporte oficializou, em janeiro de 2012, a CBTH — Confederação Brasileira de Texas Hold`em, no seu quadro de entidades esportivas. Isso tornou a prática desta modalidade de pôquer legal no território nacional, e permitiu que a instituição incluísse eventos do jogo de cartas no calendário esportivo oficial do país. Em função disso, e da tradicional burocracia brasileira, como João comenta, os empresários portugueses levaram mais de três meses para cumprir as exigências legais de funcionamento.

— Só da Prefeitura tivemos que providenciar cinco alvarás de funcionamento. Temos alvará da Fundema, da Vigilância Sanitária, Itran, da Polícia Civil, Alvará de Carteado, e dos Bombeiros, que foi um dos mais demorados, das novas exigências depois do acontecimento em Santa Maria. Nos certificamos de cumprir todas as exigências da Lei para poder abrir a BG aqui.

Mas, para quem, ainda insiste em ter certo preconceito contra o esporte, talvez o exemplo de Luís Fernando de Oliveira, 25 anos, faça mudar de ideia. Ele foi contratado para ser o diretor de torneios da casa, e garante que há pelo menos dois anos vive e sustenta sua mulher através do pôquer.

— Tenho um grupo de 20 amigos que sempre se reúne para jogar pôquer, aqui em Joinville. Comecei jogando, após virei um dealer, e cada vez tenho evoluído no esporte. Além da diária que recebo como dealer, costumo receber dinheiro de gorjetas após a partida.

Luís garante que dá para sobreviver tranquilamente do pôquer. Apesar de ser um hobby, algo divertido, o esporte também pode ser levado a sério como profissão, seja como jogador, ou como alguém que faz parte da organização do evento. Mesmo sem divulgar seu salário, o rapaz comenta que um bom dealer de Joinville, consegue ganhar em média um salário superior ou igual a R$ 2,5 mil. Com garotos propaganda de outros esportes, como Ronaldo Fenômeno e o tenista Rafael Nadal, não se assuste se notar cada vez mais jovens aderindo ao pôquer.

Fonte: http://anoticia.clicrbs.com.br/