Quem poderia imaginar que um post tão inocente poderia virar um furacão? O que aconteceu com André Akkari ontem foi um exemplo do que as redes sociais trazem de ruim.

Não sabe do que estou falando? Explico.

Ontem, após Portugal ser goleado pela Alemanha por 4×0 e Cristiano Ronaldo não jogar nada, o brasileiro colocou a seguinte mensagem em seu facebook:

akkari

Foi o estopim para um enxurrada de comentários de portugueses ofensivos ao brasileiro e ao nosso país. De críticas amenas às palavras do mais baixo calão, o que se viu (e se vê) é um show de horror e preconceito. Confesso que não entendi porque o Akkari não apagou a mensagem ainda.

Acho que por mais que o tom dele tenha sido de brincadeira sobre futebol (que é a coisa mais importante dentre as menos importantes), mais até do que as pessoas que se sentiram ofendidas com isso, a série de comentários que estão na página dele não deveriam ficar lá, pois não tem nenhum propósito.

O que parece ter havido nesse caso foi que hoje Cristiano Ronaldo não é só um jogador de futebol para os portugueses. É um símbolo de esperança, de uma figura que carrega com orgulho o nome de Portugal ao topo do mundo. Vale lembrar que os nossos colonizadores passam por uma crise brava, que a vida lá não é fácil, e que as poucas alegrias que muitos tem são com o CR7. Daí, quando se “ofende” o maior símbolo do seu país, eles revoltaram. Ainda mais depois de uma goleada como a de ontem, que deixaria qualquer um de cabeça quente.

Mas a lição que eu tirei e gostaria que as pessoas tirassem desse fato não foi a de pensar duas vezes antes de escrever algo. O que eu queria mesmo é que as todos que escrevem comentários absurdos refletissem o quão piores são do que a dita ofensa do Akkari. Ou chamar brasileiro de macaco, selvagem, entre outras diversas palavras pejorativas tornam os portugueses melhores? E os brasileiros que foram lá “defender” o Akkari e xingar ainda mais os portugueses?

Lembro bem de quando tivemos o episódio do Tinga sofrendo racismo no Peru, o dirigente do Cruzeiro rebatendo e dizendo que eles eram índios. É com preconceito que se rebate preconceito? É com ofensa que se rebate ofensa?

Enquanto continuarmos trocando farpas em discussões inúteis sobre quem é melhor, tumultuaremos cada vez mais a nossa vista para não enxergar a coisa mais óbvia do universo:

SOMOS TODOS IGUAIS!