O contador desse memorável episódio não sabe precisar (nem mesmo idear) a data em que o mesmo ocorreu; e eu (por delicadeza) oculto o nome de seu personagem. Chamemo-lo Antão (que era santo — santo dealer!).
A mesa em que Antão (um riso aqui se faz necessário, como cócegas nos pés) carteava tinha fogo na bunda; estava difícil (mesmo impossível) fazê-la atentar-se ao jogo. A conversa rolava solta. Todos à mesa divertiam-se. E, apesar d’isso ser aceitável (por vezes querido), ninguém cumpria seu papel de jogador; nem antes nem blinds eram postas na mesa.
Antão cobrava em voz alta e com veemência que as antes fossem colocadas e só com muito custo conseguia algum resultado positivo. Irritou-se. Deu três murros na mesa e exigiu que as tais fossem postas à frente. Não daria as cartas se isso não fosse estritamente cumprido. Cumpriu-se. Mas na mão seguinte o mesmo se deu e Antão ameaçou punir a todos, caso continuassem com aquele descaso por seu trabalho e pelo pôquer em si.
Não adiantou. E Antão perdeu as estribeiras. Esmurrou mais uma vez a mesa e gritou a plenos pulmões: “Uma órbita pra todo mundo!”. “Tá todo mundo punido! Esse absurdo não pode acontecer! Que isso!”, e chamou o floor.
— Ó, uma órbita pra todo mundo. Quando o botão ‘tiver na posição 3 eu volto. E saiu da mesa.
Betto Meira
agosto 10, 2016 @ 09:35
Não acho que isso tenha acontecido principalmente num evento de enorme responsabilidade e respeito como o BSOP, pois um "fato" inusitado como esse um profissional de vergonha, não deixa a mesa por puro descaso com os jogadores (que por mais que os mesmos estejam fazendo a mesma coisa com o profissional croupier). É chamado o 'floor' para então ser efetuado uma ação severa. Mas ao ponto de se retirar da mesa, acho que é mais uma fábula irreverente entre os croupiers. kkkkkkkkkkkkkkk Um abraço à todos os profissionais dessa área!