Fala pessoal!
Nesta semana vamos entrar na parte mais chata do Poker. Isto é fato! Mas não se esqueçam que também é a parte mais importante do Poker, e que definitivamente torna um jogador vencedor se aplicada corretamente.

Vamos falar de Pot “Odds” e Implied “Odds”. Os 2 conceitos matemáticos que, somados ao cálculo do “M” (veremos na semana que vem) e o cálculo de equidade (veremos um pouco mais pra frente) vão ditar sua maneira de jogar Poker.
Como disse anteriormente: o Poker deve ser pensado “Street” por “Street” (“Flop”, “Turn” e “River”). E a utilização correta destes cálculos matemáticos fará com que vocês parem para analisar a jogada a cada momento e deixem de reagir por impulso. O que por si só já é muito importante. 
As Pot “Odds” nada mais são do que uma média entre as fichas que se encontram no pote e o quanto é necessário ser colocado para que o jogador permaneça na mão. O resultado desta conta dará uma diretriz se é matematicamente viável ou não aquele “pagamento” (a palavra “Odds” significa chance). 
Vamos exemplificar para facilitar o conceito:
As “Blinds” são 1.000 – 2.000 e estamos em uma mesa cheia, mas somente com 2 jogadores em ação. Você tem par de 5 e completa a aposta de seu oponente. Desta forma, dando andamento a jogada, é aberto o “Flop”.
O “Flop” traz 2,6 e 9 (com cartas desconectadas para um possível “Flush”). Seu adversário move “All In” de mais 2.000 fichas. Neste momento, para termos uma referência matemática, vamos calcular as Pot “Odds”:
Necessitamos colocar mais 2.000 pontos em um pote que já tem 6.000. Logo temos uma Pot “Odds” de 3 pra 1. Matematicamente, qualquer situação superior a 3 pra 1 deve ser respeitada e analisada.
Analisar requer termos as Pot “Odds” para pagar, e avaliarmos quantas vezes precisamos ganhar aquela mão para sermos lucrativos. Aí entra um segundo conceito, que é calcular a porcentagem de equilíbrio para esta mão. Isso nos dará a nitidez de termos ou não uma mão lucrativa num curto prazo.<
Para isto, já sabemos que necessitamos vencer aquela jogada 3 vezes a cada 1 derrota para ficarmos equilibrados. Desta forma temos 4 resultados aplicados (3 vitórias e 1 derrota). Partindo que o ponto de equilíbrio sempre será 1, temos uma proporção de ¼ , ou uma necessidade de termos uma mão vencedora em 25% dos casos.
Sendo assim, sempre que tivermos uma mão com mais de 25% de chances de vitória, nossa ação se torna matematicamente rentável em curto prazo de tempo.
Colocando esta situação no caso do par 5 que vimos acima, temos viabilidade de entrarmos na jogada pois temos uma Pot “Odds” de 3 pra 1 e uma mão que, na pior situação matemática, teria 30% de chance de vitória.
A situação colocada acima apresenta o fato do nosso adversário não ter mais fichas para seguir no jogo. Ou seja, é uma situação que está parada na linha de tempo da jogada, já que depois do “Flop”, com o “All In” sendo pago, não existe mais rodadas de apostas.
Agora, e se meu adversário tivesse mais fichas pra trás e somente estivéssemos calculando as Pot “Odds” para viabilizar uma rodada de apostas? Neste caso, temos que calcular as Implied “Odds”.
Vamos voltar ao exemplo acima, desta vez colocando um agravante. Tanto você como seu adversário possuem mais 20.000 fichas pra trás, depois do “Call” no “Flop”. Sabemos que independentemente do que vire no “Turn”, nosso adversário tem 2 cartas acima do que foi aberto no “Flop” e, seguindo a linha agressiva adotada, utilizará o recurso de continuar apostando na mão, dando uma “Continuation Bet”.
Assim, a base do nosso cálculo será o que tem na mesa mais o que ele irá colocar, divididos pelo que iremos pagar depois. Ou seja, temos 8.000 pontos apostados na mesa entre nossa ação e de nosso oponente, mais 20.000 restantes do nosso adversário, divididos por 20.000, que é o que temos de fichas pra trás. Conclusão: temos uma Implied “Odds” de 1.4 pra 1.
Normalmente, como fizemos nas Pot “Odds”, calcularíamos o ponto de equilíbrio, de forma a viabilizarmos se nossa mão possui viabilidade em curto espaço de tempo. A base de cálculo é exatamente a mesma apresentada acima para o exemplo das Pot “Odds”. Porém neste caso, não cabe calcular o ponto de equilíbrio e a quantidade de vezes que necessitaríamos ganhar a mão já que nossa Implied “Odds” não apresenta viabilidade para o “Call”. Mesmo com a percepção de estarmos ganhando a mão com nosso par de 5.
No caso das Implied “Odds”, haverá sempre um fator subjetivo que é colocarmos um “Range” de mãos mesmas. Uma situação que não pode ser calculada com 100% de precisão; diferente das Pot “Odds”, pois temos uma variável estimada, a mão do nosso adversário.
Além deste fator, quais informações nos evidenciam que o “Call” nesta jogada não seria uma ação bem executada? 
– Ainda temos fichas para jogar. Por isto é importante sabermos calcular o “M”.

– Podermos utilizar estas fichas sendo o agressor e não o agredido. Lembrem-se do conceito de “Agressividade Seletiva”.

– Pela viabilidade matemática que calculamos (Implied “Odds”).
– Podemos ainda encontrar situação de equidade melhor. Será necessário aprendermos a calcular a equidade entre o Buy-in que pagamos e o que dispomos de fichas, e assim encontrar um ponto de equilíbrio que justifique este pagamento. Mas veremos este conceito um pouco mais a frente.

Como falamos, a matemática ajuda na tomada de decisões e nos direciona para situações onde jogaremos “Poker” e não “Bingo”!!!
Novamente gostaria de transmitir que este conceito não é aplicado nem por 30% dos jogadores “Live” que jogam regularmente. E é de suma importância para você se tornar vitorioso. Por isso que sempre utilize todo o tempo possível na sua tomada de decisões para fazer estes cálculos. Demanda certo tempo, mas lhe tornará um melhor jogador em todos os sentidos.

Até semana que vem quando falaremos sobre o conceito de “M”, que agregará mais conhecimento a todos. 

Um grande abraço!
André Pagnillo